O menor índice de chuvas em 84 anos e o aumento do consumo de água reduziram para 22% o volume de armazenamento no principal de sistema de abastecimento da região
O diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do Estado de
São Paulo (Sabesp), Paulo Massato, admitiu que há possibilidade de a
empresa adotar um esquema de racionamento de água na Grande São Paulo
diante da questão de armazenamento do Sistema Cantareira, que atingiu o
pior nível dos últimos dez anos. O menor índice de chuvas em 84 anos e o
aumento do consumo de água reduziram para 22% o volume de armazenamento
no principal de sistema de abastecimento da região. "Se não chover dentro da média nos próximos meses, a Sabesp terá de
adotar medidas mais drásticas", disse. Perguntado sobre a possibilidade
de racionamento de água, Massato confirmou que o risco "sim, existe".
Ele afirmou que em dezembro choveu 60 milímetros - a mínima histórica
para o mês até então era de 104 mm. Em janeiro, choveu 87,7 mm contra
uma média de 250 mm para o período. O período chuvoso (quando a Sabesp
acumula água nas reservas) vai até março. Ainda de acordo com o diretor metropolitano da Sabesp, além da escassez
de chuvas, o consumo de água está acima da média, consequência das
temperaturas mais elevadas. "Todas as nossas unidades de tratamento na
região estão produzindo acima da média. Estamos atingindo um recorde de
produção de 74,2 mil litros por segundo, acima da nossa capacidade
nominal, que é capacidade de projeto, de 73 mil litros por segundo." Mudanças Segundo Massato, a Sabesp já alterou o abastecimento da zona leste da
capital paulista, que concentra 1,6 milhão de consumidores. Antes
abastecida pelo Sistema Cantareira, a região agora bombeia água do
Sistema Alto Tietê, que também atende outras áreas da capital. O custo
com energia elétrica para o bombeamento de água para a região, conforme o
diretor metropolitano, será compensando pelo aumento do consumo de água
observado, que, consequentemente, resultará num faturamento maior para a
companhia. "Além da questão elevatória, quando estamos produzindo mais, a
quantidade de energia elétrica gasta também é maior. Vamos gastar mais,
claro, mas tudo proporcional ao aumento do consumo", disse. Sobre a
possibilidade de a empresa ficar sujeita a multas pelo desabastecimento
temporário ou, então, realizar descontos na conta dos consumidores por
causa de um possível racionamento, Massato respondeu que a decisão cabe à
Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo
(Arsesp). "Mas eu acredito que a Arsesp vai entender que o volume de água que está
na conta do nosso cliente é o que ele realmente consumiu e, portanto, o
que ele terá que pagar. Há desconforto? Claro que há. Mas a
intermitência não é estrutural, é climática." O diretor declarou ainda
que a região da Grande São Paulo não possui mais recursos hídricos que
sejam explorados. A dificuldade de armazenamento, de acordo com Massato,
afeta apenas a região e a situação dos demais sistemas do Estado está
dentro da média. No entanto, se a tendência de poucas chuvas se
mantiver, cidades do interior paulista com sistema de captação a
superfície também podem enfrentar obstáculos, especialmente no período
seco, que se inicia em abril. Fonte: diariodolitoral
01-02-2014
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