A Polícia Civil informou, na manhã desta
quinta-feira (19), que a quadrilha suspeita de vender vagas em cursos de
medicina de faculdades particulares também realizava a trapaça no Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem). A maioria das pessoas que procurava os
fraudadores em busca de gabaritos do Enem também queria uma vaga em
cursos de medicina, mas a polícia investiga se havia procura para outras
graduações. A Polícia Federal vai entrar na investigação para tentar
encontrar os estudantes que se beneficiaram na fraude. Segundo a Polícia Civil, os candidatos pagavam entre R$ 70 mil e R$ 100
mil para receber o gabarito do Enem, bem mais que os R$ 30 mil a R$ 40
mil cobrados por uma vaga em instituições particulares. A fraude
acontecia em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, entretanto, há a suspeita
de que o grupo atuava também em Mato Grosso e São Paulo. Com 20 anos de atuação, de acordo com a PC, o grupo tinha algumas
facilidades para fraudar o Enem 2013. Um fiscal de Barbacena, no Campo
das Vertentes, que ainda não foi identificado, recebeu R$ 10 mil para
passar aos criminosos os cadernos de provas de cor amarela para que eles
revolvessem as questões e tivessem o gabarito correto. A quadrilha
orientava os candidatos a marcar, no cartão de respostas, que haviam
feito a prova de cor amarela (no Enem as provas são diferenciadas por
cores). Quando o candidato precisava marcar a cor da prova na frente do
aplicador do exame, usava uma caneta especial, que pode ser apagada.
Mais tarde, antes de entregar o gabarito, o estudante trocava a
marcação. Assim, utilizava o gabarito passado pela quadrilha. Os alunos que pagaram pelo serviço fizeram 167 pontos em 180, o que
equivale a 88% de aproveitamento nas questões objetivas. Os criminosos
instruíam os estudantes a não zerarem a redação, porque o resto estaria
garantido. Fiscalização falha A quadrilha se aproveitou do fato de os locais de prova não terem
detectores de metais. Os candidatos recebiam as repostas por meio de um
ponto colocado na orelha ou de celular. Não é exigido, ainda, durante a
realização do exame, que as pessoas que têm cabelos grandes os coloquem
atrás da orelha, o que facilitava o golpe. Das 21 pessoas indiciadas, cinco estão presas, todas em Caratinga. O
Ministério da Educação (MEC) ainda não procurou a Polícia Civil. Fonte: otempo
19-12-2013
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