Acordo reduzirá carga horária de operários do estádio da Copa em SP

IPT fará nova análise em guindaste que caiu e deixou dois mortos. (Foto divulgação)



Ministério do Trabalho e Emprego e Odebrecht anunciaram medida. IPT fará nova análise em guindaste que caiu e deixou dois mortos. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Odebrecht anunciaram nesta quinta-feira (19) um acordo para reduzir a carga horária de parte dos operários que trabalham na construção do estádio Arena Corinthians, em São Paulo, após o acidente em novembro que matou dois trabalhadores. O estádio em Itaquera, na Zona Leste será palco da abertura da Copa do Mundo de 2014. O MTE cobrava da construtora uma solução para diminuir as horas trabalhadas pelos funcionários. Em 27 de novembro, um guindaste caiu com uma peça matando os dois operários. O operador da máquina estava havia 18 dias sem folga, segundo o MTE. Com o novo acordo, os operadores de guindastes não farão mais horas-extras das 20h às 6h. No caso dos funcionários que trabalham na cobertura da arena, caso eles façam horas-extras, existirá uma equipe de apoio na segurança. Além disso, 80 novas vagas foram abertas de variadas funções, e as contratações já estão em curso. O acordo é fazê-las até 27 de janeiro. Quanto aos demais funcionários, as horas-extras ocorrerão mediante programação e nos limites impostos pela lei. Em virtude da redução salarial por conta do fim das horas-extras, a empresa pagará, a título de indenização, o valor correspondente à média de horas-extras feita nos últimos 12 meses, levando em conta os anos trabalhados e os adicionais. Além da redução da carga horária, outra medida foi anunciada pelo MTE e Odebrecht: o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) fará nova perícia no guindaste. Essa vistoria já está em curso e a retirada do guindaste que se acidentou deve ser iniciada nesta sexta-feira (20). O MTE condicionou a remoção do guindaste envolvido no acidente no estádio do Corinthians à perícia técnica na máquina. O Ministério do Trabalho e Emprego quer que o IPT faça uma análise detalhada do aparelho para saber se o acidente foi causado por uma falha humana, mecânica ou devido a um deslocamento do solo. De acordo com o ministério, participaram do anúncio o ministro do MTE, Manoel Dias, o superintendente Luiz Antonio Medeiros e os auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP). Antes da coletiva de imprensa, eles fizeram uma vistoria no canteiro de obras da Arena. Oito guindastes que haviam sido interditados pelo MTE após o acidente foram liberados na semana passada. Apesar disso, 5% do total da obra afetada continua interditada pela Defesa Civil por questo de segurança. No acidente, o guindaste tombou com parte da estrutura metálica que era instalada na moldura do estádio. A Odebrecht é responsável pela realização da obra, mas os guindastes pertencem a Locar, empresa que adquiriu as máquinas da fabricante alemã Liebherr. O único guindaste que continua interditado é o que matou os dois funcionários da Locar. A Odebrecht queria desmontar o guindaste na semana passada. Mas isso não foi possível porque, segundo o Ministério do Trabalho, há a necessidade dessa perícia técnica específica na máquina. O MTE informou que o custo dessa perícia técnica ficaria a cargo do responsável pela obra, no caso a Odebrecht ou o Corinthians. Na reunião entre o MTE e a Odebrecht, a construtora apresentou um cronograma com a estimativa a respeito da remoção e desmonte do guindaste. Serão necessárias 80 viagens de caminhões para fazer o transporte do equipamento. O dia 15 de janeiro é atualmente a data estipulada para o prazo final da desmontagem da peça da cobertura. Um mês depois, em 15 de fevereiro, começariam os trabalhos de içamento da nova peça. A Odebrecht prometeu para 15 de abril a entrega da Arena Corinthians pronta e finalizada para ser usada no Mundial de futebol. A abertura da Copa acontece em 12 de junho. Sem folga No último dia 10, o superintendente regional do MTE, Luiz Antonio Medeiros, havia dito que o operador do guindaste que despencou com a peça estava havia 18 dias sem folga. Documento de ponto exibido por um fiscal do ministério indicava que o funcionário, em outubro, havia ficado 23 dias sem descanso. A informação foi contestada pela Odebrecht e pela Locar. O operador cuidava de um guindaste que suporta carga de até 1,5 mil toneladas. Ele içava uma peça de 420 toneladas quando a estrutura e a máquina tombaram sobre parte do estádio, atingindo o motorista Fábio Luiz Pereira, de 41 anos, e o montador Ronaldo Oliveira dos Santos, de 43 anos. Além do aspecto civil sobre o acidente, encabeçado pelo MTE, as causas do que ocorreu no estádio também estão sendo investigadas na esfera criminal pela Polícia Civil. Peritos da Polícia Técnico-Científica também periciaram o guindaste que caiu e deverão apresentar um laudo para saber se houve falha humana (do operador do guindaste), mecânica (devido algum problema da máquina) ou do terreno (pela inconformidade do solo, que teria tombado o aparelho). Em depoimento à polícia, o operador da máquina negou falha humana, mecânica ou problema no solo. A "caixa-preta" do guindaste foi retirada em 2 de dezembro pelos fabricantes do veículo e entregue à perícia do Instituto de Criminalística (IC) para análise. Fonte: Portal G1
 19-12-2013
Gosto? Compartilhe com os amigos:

Sobre o Web Rádio Viver DJs

MIGRE NOTÍCIAS: A Notícia migrando e inovando cada vez mais!
    Blogger Comment
    Facebook Comment