Com osteogenese imperfeita, menino está em hospital desde que nasceu |
Um ano e quatro meses após dar à luz, uma mãe, que não quer ser
identificada, finalmente pode levar para casa o filho, que foi
diagnosticado com osteogenese imperfeita. No entanto, como o bebê sofre
fraturas com facilidade, a mulher alega que não tem como cuidar da
criança: "Ele precisa de muita atenção. Decidi dar para adoção porque eu
não tenho condição de ficar com ele". Assim, o menino continua
internado no Hospital da Criança, em Goiânia, onde está desde que
nasceu. Devido à doença rara, o bebê teve todas as fraturas possíveis dentro
do útero, inclusive nas costelas. Ao nascer, ele foi levado direto para
a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. O menino teve ajuda
de aparelhos para respirar por nove meses. Mesmo na UTI, o bebê já quebrou o braço duas vezes ao brincar com
chocalho. Apesar das fraturas, segundo a pediatra Paula Pires, ele é um
menino forte e já consegue comer papinha e até segurar a mamadeira. No berço do menino, há brinquedos que ajudam no desenvolvimento.
Médicos e enfermeiros do Hospital da Criança acompanham a evolução da
criança. “Cuidei dele, tenho muito amor por ele. É uma criança muito
especial, não só pra mim, mas para todo mundo no hospital. Ele é muito
querido”, conta a enfermeira Cinthia Fabiana dos Reis. Embora tenha recebido alta médica, a pediatra ressalta que o menino
precisa de atenção especial. "Ele vai precisar de acompanhamento
pediátrico, ortopédico, fisioterápico, com fonoaudióloga em centro
específico para estas doenças. Precisa de manipulação com cuidados
especiais. Uso de brinquedos que não ofereçam risco para ele. Precisa de
almofadinhas, travesseiros", explica. Família Sabendo das restrições da criança, a mãe diz que é impossível cuidar
dele. Ela mora com o marido em Alvelinópolis, no interior goiano. Com
mais dois filhos, um de 6 anos e outro de 4 meses, ela e o esposo
concordaram com a adoção do menino. Entretanto, o Conselho Tutelar alegou que vai dar apoio à família e
insistir para que os pais fiquem com o menino. "Nós acolhemos a criança,
trabalhamos com ela e com a família. Eles precisam sim de ajuda, tanto
financeira, se for o caso, como também encaminhamento para psicólogos.
A aceitação, a autoestima precisa ser trabalhada", afirmou a
conselheira tutelar Divina Pereira dos Santos. A conselheira
informou, ainda, que a questão do menino foi encaminhada ao Ministério
Público Estadual de Goiás (MP-GO) e que o órgão vai determinar qual
será o destino do bebê. "O caso ainda será avaliado, mas se a criança
for mesmo doada os pais poderão responder por abandono de incapaz. O
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) destaca que toda criança tem
o direito de conviver com seus familiares e que a falta de recursos
financeiros não é motivo suficiente para isentar essa responsabilidade
dos genitores. Por isso existem os programas de auxílio do governo. De
qualquer forma, a Justiça vai determinar se houve crime ou não",
explicou Divina. Fonte: tribunahoje
09-01-2014
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