Segundo organizadores, 75% dos eleitores foram às urnas em Donetsk
Separatistas pró-Rússia disseram nesta segunda-feira ter obtido uma vitória esmagadora de 89% dos votos em um pleito sobre autonomia realizado na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.
Em outra região do leste, a de Luhansk, também foi realizada uma votação semelhante; os organizadores disseram que divulgariam os resultados ainda nesta segunda-feira. Repórteres da BBC estiveram presentes nas votações nas duas regiões e disseram ter visto diversos indícios de irregularidades – como colégios eleitorais sem urnas ou cadastros de eleitores.
Uma mulher foi filmada votando duas vezes. A cidade de Mariupol, com quase meio milhão de habitantes, tinha poucas urnas. Uma professora pró-Ucrânia disse ter sido ameaçada de morte por se recusar a oferecer seu colégio para o referendo.
A Ucrânia disse que os referendos são uma "farsa criminosa" organizada pela Rússia. A União Europeia e os Estados Unidos também rejeitaram os pleitos.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, havia pedido que as votações fossem adiadas para que houvesse tempo de se criar condições necessárias para um diálogo. No entanto, os pleitos acabaram sendo realizados no fim de semana.
O governo russo ainda não se pronunciou depois da votação.
Os separatistas divulgaram que duas pessoas foram mortas por ativistas pró-Ucrânia na cidade de Krasnoarmiisk. Algumas cidade se recusaram a realizar votações.
Roman Lyagin, diretor da comissão eleitoral da República Popular Donetsk (como os separatistas batizaram a região), disse a jornalistas que 89,07% dos eleitores votaram a favor da autonomia – com 10,19% contra e 0,74% de urnas inválidas. Ele diz que 75% dos eleitores compareceram às urnas.
O líder separatista Denis Pushiin disse à uma agência russa de notícias que, quando os resultados forem confirmados, todas as tropas ucranianas em Donetsk serão consideradas "forças de ocupação".
Uma segunda rodada de votações será realizada daqui a duas semanas, na qual os eleitores se manifestarão sobre a possibilidade de se juntar à Rússia. Os organizadores deste referendo prometeram também que boicotarão as eleições presidenciais ucranianas, marcadas para o dia 25 deste mês.
Fonte: bbc 12-05-2014
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