Ex-presidente se encontra com líder do PMDB no Senado,Eunício Oliveira, nesta quinta-feira para discutir impasse na disputa ao governo do Estado e minar oposição na região
Brasília - Preocupado com o possível racha entre o PT e o PMDB no Ceará,
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem conversando com os
líderes dos dois partidos numa tentativa de manter a aliança e asfixiar,
no Estado, a candidatura de adversários da presidente Dilma Rousseff. Uma primeira conversa ocorreu na segunda-feira, 27, em São Paulo com o
vice-presidente do PT, deputado federal José Guimarães (CE), que
pretende disputar uma vaga para o Senado. "Conversei do tensionamento
com o PMDB, o que de certa forma é natural da política", disse Guimarães
ao Broadcast Político. "O Lula me pediu empenho para manter a aliança
no Ceará", acrescentou. Em jogo está a disputa por 5,8 milhões de eleitores registrados no
Estado na última disputa presidencial, quando Dilma conquistou 66,3% dos
votos na região durante o primeiro turno. Em 2010, o PT e o PMDB
rumaram juntos no Ceará com a candidatura à reeleição do governador Cid
Gomes, que no final do ano passado migrou do PSB para o PROS, após o
racha de Eduardo Campos, presidente do PSB, com o PT. A manutenção desta aliança para o próximo pleito é o que está no
radar de Lula. Ela não está garantida uma vez que o líder do PMDB no
Senado, Eunício Oliveira, quer o apoio dos outros dois "aliados" para
lançar a candidatura ao governo. O impasse está no fato de que o
peemedebista não consta na lista de indicação de Cid Gomes. O governador
avalia atualmente os nomes do presidente da Assembleia Legislativa,
José Albuquerque; do ex-ministro dos Portos, Leônidas Cristino; do
deputado estadual Mauro Filho; e do vice-governador Domingos Filho. Caso se confirme o lançamento de um nome do PROS ao governo do
Estado, a tendência é que o PT siga junto e abandone o PMDB. "Continuo
na mesma linha de manter a aliança e trabalhar pela candidatura da
presidente Dilma. Mas se não for possível [a aliança], a conversa é
outra", afirmou o senador Eunício Oliveira. O peemedebista tem encontro marcado com Lula na próxima quinta-feira,
30, em São Paulo. Na bagagem, ele pretende levar o histórico da última
eleição em que recebeu 2,6 milhões de votos para o Senado, número
superior ao do governador Cid Gomes, que foi reeleito com 2,4 milhões de
votos. Além do desempenho eleitoral, Eunício quer tentar convencer Lula
a apoiá-lo apresentando as últimas pesquisas que o mostrariam na frente
na disputa estadual. Cientes das dificuldades de Lula em romper com Cid Gomes, os
possíveis adversários de Dilma no próximo pleito vêm intensificando nos
últimos dias uma aproximação com Eunício. O presidente do PSDB, senador
Aécio Neves (MG), que deverá disputar a Presidência da República, teria
ligado na semana passada para oferecer a cabeça de chapa no Estado para o
peemedebista numa aliança em que Tasso Jereissati (PSDB) se
candidataria ao Senado. O presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que
também deve disputar o Planalto, também teria sinalizado em conversas
recentes com o senador o interesse na aliança PMDB-PSB para disputar
contra o nome indicado por Cid Gomes. Campos e Cid romperam no final do
ano passado quando este deixou o PSB por ser contra à candidatura do
governador de Pernambuco à Presidência da República. Uma aliança com o PMDB também é vista como estratégica pelos
opositores de Dilma, uma vez que ela poderia garantir um tempo maior de
propaganda eleitoral em rádio e TV para a campanha presidencial de Aécio
e Campos no Estado. Caso rume para esse desfecho, os dois adversários de Dilma também
ganhariam um aliado que comanda atualmente a maior bancada do Senado. Fonte: estadao
28-01-2014
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