As explosões na maratona de Boston mostram que os Estados Unidos
aprenderam com o 11 de Setembro e dispõem hoje de uma rede interna de
segurança com troca de informações e cooperação entre autoridades locais
e nacionais. Por volta das 14h50 (horário local), duas explosões abalaram o centro da
cidade de Boston, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (15/04).
Poucos minutos depois, as emissoras de televisão norte-americanas já
transmitiam ao vivo do local. Da CNN à Fox News, foram veiculadas imagens de apreensivos participantes
da maratona. Alguns correndo, amedrontados, outros deitados no chão,
feridos. As câmeras mostravam sangue no asfalto, equipes de resgate a
caminho, nuvens de fumaça subindo das ruas. Poucos minutos depois, os apresentadores, em tom nervoso, afirmavam que o
presidente Barack Obama já havia sido informado. Em seguida, circulou
uma primeira imagem da reunião do presidente Obama com o diretor do FBI,
Robert Mueller, e a secretária de Segurança Interna dos EUA, Janet
Napolitano – os três de olhar sério, reunidos em torno da mesa de
trabalho de Obama. Enquanto isso, a polícia isolou uma grande área em torno da Casa Branca,
que foi cercada por viaturas policiais. Em Nova York e em outras
grandes cidades americanas, como Chicago e São Francisco, as forças de
segurança elevaram o estado de alerta. E também em Londres, onde está
planejada uma maratona para este fim de semana, as autoridades de
segurança elevaram as medidas de proteção a atletas e espectadores. Duas explosões ocorreram na chegada da maratona de Boston De "explosões" para "ataques" Toda a atenção da mídia nacional se voltou para os acontecimentos em
Boston. Mais uma vez, foram exibidos os rastros de pânico que as
explosões criaram entre atletas e espectadores. As imagens exibidas se
tornaram cada vez mais dramáticas, aproximando-se das pessoas. Pois os primeiros vídeos amadores chegaram às emissoras de TV. Neles
ouviam-se gritos, viam-se alguns atletas cobrindo a própria cabeça com
as mãos, tapando os ouvidos e – abalados pelo impacto da explosão –
caindo no chão. Também em Washington, nas proximidades dos estúdios da Deutsche Welle, soaram sirenes policiais. A essas imagens iniciais, seguiu-se uma longa série de entrevistados,
escolhidos aparentemente ao acaso, que foram confrontados sempre com as
mesmas perguntas: o que você viu? O que você ouviu? Quantos mortos,
quantos feridos? Depois de 45 minutos, a Fox News foi a primeira a anunciar que havia mortos. A CNN ainda falava em mais de 20 feridos. Porém, mais tarde os apresentadores alteram seu vocabulário. Se no
início falava-se em explosões, agora já se falava em ataques. Em aberto
fica a questão da autoria – se trata-se de um ataque da Al Qaeda ou de
outra organização terrorista internacional, ou se foi um ato criminoso
interno. Policiais agiram rápido e isolaram a área Ampla troca de informações Mas, diante da emoção do momento e da encenação midiática, um fato
importante quase passou despercebido: ao que parece, o sistema de
segurança nacional funciona. As drásticas alterações feitas após os
atentados do 11 de Setembro na arquitetura de segurança dos EUA
passaram, ao que tudo indica, no teste em Boston. Desde então, há uma ampla troca de informações entre as autoridades de
segurança dos diversos estados americanos. Também decisivo é o trabalho
conjunto entre as autoridades estaduais e federais. Especialistas em
segurança asseguram que, desde o 11 de Setembro, essa cooperação
melhorou drasticamente. As forças locais comandam as investigações, mas o Departamento de
Segurança Interna, o FBI, o Departamento de Justiça e outras autoridades
entram imediatamente em ação e dão importante apoio. Essa nova filosofia, que dá o tom na cooperação entre as autoridades de
segurança, encontra sua perfeita expressão numa nova posição: a do
diretor nacional de inteligência. O cargo foi criado em 2004, seguindo o
conselho de uma comissão governamental, após a devastadora experiência
do 11 de Setembro. Em seu site, essa nova autoridade formula claramente
sua missão: comandar a integração de todas as demais autoridades de
investigação e segurança. Assim como a mídia age com rapidez e interconexão cada vez maiores,
também os departamentos interagem com maior agilidade. Tanto que, cerca
de três horas depois dos atentados, Obama pôde anunciar o apoio de todas
as autoridades de segurança do país aos investigadores locais. Fonte: DW
16-04-2013
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