ROMA, 6 Dez (Reuters) - O primeiro-ministro italiano,
Mario Monti, enfrenta nesta quinta-feira uma revolta da bancada do
Partido da Liberdade (PDL), de seu antecessor no cargo, Silvio
Berlusconi, o que elevou a tensão antes das eleições parlamentares
antecipadas marcadas para o ano que vem. Os membros do partido de
Berlusconi abandonaram o Senado durante a votação de uma moção de
confiança em Monti. A retirada do PDL, partido de centro-direita, foi um
gesto simbólico que não ameaçou diretamente a sobrevivência do governo
tecnocrata de Monti, mas demonstrou a profunda incerteza na política
italiana antes da eleição prevista para março do ano que vem. O Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, afirmou
que a repetição da saída do principal partido de centro-direita na
votação da outra moção de confiança, na Câmara Baixa do Parlamento,
ainda nesta quinta-feira, iria indicar que Monti não possui o apoio da
maioria no Parlamento. Nesse caso, assinalou o PD, o presidente Giorgio
Napolitano deveria marcar as eleições para antes da data prevista
(março). "Temos de ver se foi uma abstenção em apenas uma
votação ou uma abstenção política mais ampla", disse a repórteres o
líder do PD, Pier Luigi Bersani , antes de uma reunião com os líderes de
todos os partidos representados no Parlamento, depois que o PDL
abandonou a votação no Senado. Em uma atmosfera política cada vez mais efervescente,
Berlusconi deu uma forte indicação na noite de quarta-feira de que
voltará atrás do que disse anteriormente e buscará na eleição um quinto
mandato como primeiro-ministro. Em uma entrevista na TV na quinta-feira, o ministro da
Indústria, Corrado Passera, expressou forte objeção quanto ao retorno do
bilionário de 76 anos que deixou o poder em meio a escândalos políticos
e pessoais no auge da crise financeira da zona do erro, no ano passado. "Tudo o que possa levar nossos parceiros ou o restante
do mundo a imaginar que estamos voltando para trás não é algo bom para a
Itália", declarou o ministro à TV estatal RAI. Em resposta, os senadores do PDL preferiram optar por
uma ação simbólica limitada em vez de se absterem ou votar contra a
moção de confiança, o que levaria ao fim do governo de Monti, há um ano
no poder. O governo obteve com facilidade o voto de confiança no
Senado, por 127 a 17, com 23 abstenções, mas a disputa teve impacto nos
mercados financeiros, que temem a renovação das turbulências na terceira
economia da zona do euro depois de encerrado o mandato de Monti. As ações italianas ficaram no vermelho e os juros sobre
os títulos do governo subiram em meio a rumores de que Monti poderia
renunciar. O líder do PDL no Senado, Maurizio Gasparri, afirmou
que o partido sempre agiu com responsabilidade, mas ele não deixou claro
se os parlamentares vão repetir o gesto na votação na Câmara Baixa. Monti é amplamente apontado como o responsável pelo
restabelecimento da credibilidade da Itália no mercado internacional
desde que assumiu o lugar de Berlusconi, no ano passado. No entanto, ele
depende do apoio tanto do PDL como do PD no Parlamento, numa aliança
marcada por desentendimentos. Fonte: Yahoo
08-12-2012
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