CAIRO — Um tribunal egípcio condenou à morte o ex-presidente islamita Mohamed Mursi este sábado, devido ao seu envolvimento, com outros 106 membros da Irmandade Muçulmana, com a fuga de uma prisão em 2011, durante uma revolução que culminou na deposição do então mandatário do país, Hosni Mubarak.
Horas depois de sua condenação à morte, três juízes egípcios foram mortos e três foram feridos por tiros em um ataque em Sinai, segundo uma autoridade policial da região. Este é o primeiro atentado contra os juízes naquela península.
Quatro anos atrás, Mursi e seus aliados, como o líder da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, teriam assassinado e sequestrado policiais antes de promoverem um levante contra o governo de Mubarak.
A defesa do ex-presidente ainda pode recorrer. Mursi, porém, afirma que a Corte não tem legitimidade para julgá-lo.
A decisão final deve ser tomada até o dia 2 de junho, após o caso ser analisado pela autoridade religiosa máxima do país, Grand Mufti Shawqi Allam, um procedimento tomado antes da aplicação de penas capitais. Ele pode opinar sobre as execuções, mas seus argumentos não têm valor jurídico.
A Irmandade, um movimento islâmico, impulsionou a vitória eleitoral de Mursi em 2012, após a queda de Mubarak. O regime durou apenas um ano, enterrado após uma sequência de protestos contra o governo. Para sufocar a oposição, o presidente teria incitado episódios de violência contra os manifestantes. Este gesto levou-o ao tribunal em abril deste ano. Ele foi condenado a 20 anos de prisão.
Fonte: O globo 16.05.2015
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