Secretário Jorge Rachid afirmou, em depoimento na CPI do HSBC, que autoridade francesa já concordou em compartilhar informações para uso de natureza tributária
- O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, afirmou nesta quarta-feira (1º) que uma missão do órgão já está na França para coletar informações decorrentes do vazamento realizado por um ex-funcionário de uma agência do HSBC em Genebra, no caso conhecido como Swissleaks. Os dados foram entregues pelo responsável pelo vazamento ao governo francês e foram validados por este país. Segundo Rachid, o pedido de compartilhamento já foi aceito para uso na área tributária. Ele esclareceu que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, busca informações por outro canal porque seu objetivo é usá-las para processos judiciais.
"Há uma missão (da Receita) na França trabalhando para a coleta desses dados. Estão trabalhando essa semana lá. Essas informações nós poderemos usar para natureza tributária. O propósito da PGR é mais amplo e, por isso, é pertinente a busca de informação por outros canais", afirmou Rachid em depoimento à CPI do HSBC no Senado.
O secretário afirmou que o órgão trabalha desde fevereiro no caso e que o objetivo é verificar se houve práticas de sonegação de impostos pelas pessoas que tinham as contas na agência suíça. E afirmou que o órgão trabalha em parceria com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e o Banco Central.
O presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, destacou que o órgão recebeu em outubro do ano passado informações parciais do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), grupo que obteve cópia dos dados e trabalha na análise dos documentos. Segundo Rodrigues, na análise feita em cima de 342 nomes, verificou-se que 60 constam da base de dados do órgão e 15 já tinham sido alvo de relatórios relativos a movimentações atípicas. Ao todo, são 8,6 mil os brasileiros que tinham conta na agência alvo do vazamento, de acordo com os dados de 2006 e 2007, que foram os disponibilizados pelo ex-funcionário do HSBC ao governo francês.
Fonte: diariodecanoas 02.04.2014
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