Um recomeço pelo fim da fila. Considerado por muitos o maior lutador de todos os tempos no MMA, com status de grande estrela do esporte nos Estados Unidos, Anderson Silva caiu de seu pedestal ao ser pego no exame antidoping e agora tenta se reerguer justamente por onde começou: o taekwondo, arte marcial que ele praticou dos 7 aos 17 anos e pela qual tentará representar o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio no ano que vem.
Ao anunciar a decisão de mudar de esporte e tentar a vaga olímpica, Anderson Silva provocou diferentes reações no taekwondo nacional. Para Carlos Fernandes, o presidente da confederação brasileira, foi como "ganhar na loteria", em suas palavras em entrevista ao lado de Anderson nesta quarta-feira, em referência ao retorno de mídia e marketing que o lutador deve trazer ao esporte.
Alguns de seus novos colegas, porém, não receberam muito bem a ideia. Diogo Silva chegou a dizer que vê 90% de chances de Anderson não conseguir boa performance no esporte. Já Guilherme Félix, o principal atleta do Brasil na categoria acima de 80kg, a mesma de Anderson, fez duras críticas, chamando de "piada"e "marketing pessoal" a ida de Anderson para o esporte e prevendo que ele terá de se preparar muito para "não passar vergonha".
- O esporte mudou muito, as regras, equipamentos. Eles têm alguma razão, parei de treinar aos 17 anos e vou ter dificuldades, mas quero o desafio. Estou disposto a tudo, até mesmo a passar vergonha - declarou Anderson Silva, que fez 40 anos na semana passada e chega com discurso humilde ao novo ambiente. - É normal que alguns colegas estejam descontentes, tenho que entender. Mas com o tempo vão perceber que não estou querendo pegar carona em nada. Quero ajudá-los. Não vim para pegar a vaga de ninguém.
Se havia a desconfiança de algum favorecimento para que Anderson fique com a vaga olímpica, a direção da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) afirma que ele terá de conquistar o direito no ringue. Como país anfitrião, o Brasil tem direito a quatro vagas, duas no masculino e duas no feminino. A CBTKD já decidiu que uma das vagas masculinas será na categoria de Anderson, acima de 80kg.
De janeiro a abril de 2016 serão disputadas algumas seletivas. Quem somar mais pontos nas seletivas fica com a vaga, a despeito de colocação no ranking internacional.
- O ranking não vai prevalecer: atleta bom é aquele que está com a identidade em dia. Vão prevalecer as seletivas, a chapa vai esquentar a partir de janeiro. Não há nenhuma possibilidade de dar vaga ao Anderson por indicação. Vai ser dentro do ringue, as regras serão respeitadas - disse o presidente da CBTKD, Carlos Fernandes.
Anderson Silva respondeu a apenas uma pergunta sobre o seu julgamento por doping nos Estados Unidos. Ele acredita que uma possível condenação não afetará sua vida no taekwondo.
De janeiro a abril de 2016 serão disputadas algumas seletivas. Quem somar mais pontos nas seletivas fica com a vaga, a despeito de colocação no ranking internacional.
- O ranking não vai prevalecer: atleta bom é aquele que está com a identidade em dia. Vão prevalecer as seletivas, a chapa vai esquentar a partir de janeiro. Não há nenhuma possibilidade de dar vaga ao Anderson por indicação. Vai ser dentro do ringue, as regras serão respeitadas - disse o presidente da CBTKD, Carlos Fernandes.
Anderson Silva respondeu a apenas uma pergunta sobre o seu julgamento por doping nos Estados Unidos. Ele acredita que uma possível condenação não afetará sua vida no taekwondo.
Anderson Silva com a garotada praticante de taekwondo: ex-campeão do UFC volta ao seu esporte de origem |
- Não fui eu que pedi o adiamento do julgamento, foram meus advogados. E não sei por quê. Eu não sei o que aconteceu, é por isso que não me pronuncio. Não quero falar de algo que não sei bem. Sobre a comissão me proibir de participar dos Jogos, não sei, mas acho que são coisas distantes. Mas, se acontecer, eu vou respeitar - declarou.
Anderson deve continuar se dividindo entre Los Angeles e o Rio de Janeiro durante seus treinos de taekwondo, e deve participar de períodos de treinamentos junto da seleção brasileira. Ele deve participar de competições nacionais e internacionais ainda em 2015.
Aos 40 anos, ele lembrou o início da vida nas artes marciais ao falar do taekwondo.
- Tinha amigos que treinavam, eu não tinha condições de comprar o material. Mudei de colégio e tinha uma academia do lado da minha escola. Eu limpava os espelhos da academia, ficava assistindo e me chamaram para treinar. Um dia minha tia foi me buscar na escola e eu estava na academia lutando. Quando ela viu todo mundo treinando sério, viu que não era sacanagem e eu segui. Com o tempo, fui treinando outros esportes e deixei de lado o taekwondo.
Anderson deve continuar se dividindo entre Los Angeles e o Rio de Janeiro durante seus treinos de taekwondo, e deve participar de períodos de treinamentos junto da seleção brasileira. Ele deve participar de competições nacionais e internacionais ainda em 2015.
Aos 40 anos, ele lembrou o início da vida nas artes marciais ao falar do taekwondo.
- Tinha amigos que treinavam, eu não tinha condições de comprar o material. Mudei de colégio e tinha uma academia do lado da minha escola. Eu limpava os espelhos da academia, ficava assistindo e me chamaram para treinar. Um dia minha tia foi me buscar na escola e eu estava na academia lutando. Quando ela viu todo mundo treinando sério, viu que não era sacanagem e eu segui. Com o tempo, fui treinando outros esportes e deixei de lado o taekwondo.
Fonte: O Globo 22.04.2015
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