Propostas para que ricos paguem mais impostos dominam debate democrata




WESTERVILLE, OHIO - A senadora Elizabeth Warren foi a figura de maior destaque do quarto debate das primárias democratas, realizado na noite desta terça-feira em Ohio, atraindo a maioria dos ataques e, ao mesmo tempo, falando mais do que os concorrentes, sobretudo na primeira parte, considerada por analistas a mais importante.

Após começar a campanha em terceiro, Warren, que faz parte da ala à esquerda no Partido Democrata, tem crescido e chegou a 27% das intenções de voto nas pesquisas de outubro, chegando em momentos a roubar a liderança de Joe Biden, o que explica os ataques de quase todos outros candidatos, à exceção do também progressista Bernie Sanders.

A proposta de Warren, que é senadora por Massachusetts, de um imposto sobre grandes fortunas foi discutida e avaliada por colegas, que concordaram, quase todos, sobre a necessidade de mais impostos sobre milionários e grandes corporações, discordando, no entanto, dos modos para fazê-lo.

A maioria dos candidatos, do ex-presidente Joe Biden, que desde então já retomou a liderança na maioria das pesquisas, a concorrentes de menor expressão, foi atrás da proposta de Warren. Segundo ela, um imposto anual de 2 centavos para cada dólar de fortunas acima de US$ 50 milhões afetaria o 0,1% mais rico da população e geraria receitas suficientes para o perdão de quase todas as dívidas de estudantes e para universalizar a educação superior gratuita, entre outros.

— Por que todos neste palco pensam que é mais importante proteger bilionários do que investir em toda uma geração de americanos? — disse Warren, que destacou, no entanto “que não tem um problema com bilionários”. — Entendo que isso é difícil, mas acho que, como democratas, teremos sucesso quando tivermos sonhos grandes e lutarmos muito, não quando sonharmos pequeno e desistirmos antes de começarmos.

Todos os candidatos que abordaram uma possível reforma fiscal concordaram que grandes corporações e bilionários precisam pagar mais, mas, novamente à exceção de Sanders, discordaram de Warren dos modos de fazê-lo. A proposta da senadora, segundo alguns analistas, é inconstitucional, e há quem diga também que incentivará a evasão fiscal.

O palco povoado, com 12 candidatos, maior número entre todos os debates democratas até agora, tornou árdua a disputa por atenção durante o debate de 3 horas. Biden, cujo filho, Hunter, está no centro da tentativa de Donald Trump de pressionar a Ucrânia, foi poupado por quase todos os candidatos, que demonstraram solidariedade contra os ataques de Trump, exceto por Sanders, que lhe responsabilizou pela guerra no Iraque — então congressista, o ex-vice-presidente votou a favor da intervenção.


Fonte: O Globo 16.10.2019
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