Cercada de restrições, posse de Bolsonaro inicia ciclo conservador no país

Jair Bolsonaro se emociona ao durante a diplomação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral)


A posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), nesta terça-feira (1º), marca o início de um ciclo conservador no país, gestado nos últimos anos na esteira da crise política, dos escândalos de corrupção, da falta de segurança pública, entre outros fatores. O novo mandatário, capitão reformado do Exército e deputado federal há 27 anos, assume a chefia do Executivo nacional rodeado por militares de alta patente e pela expectativa de uma ruptura do establishment depositada nas urnas por mais de 57 milhões de eleitores.


O rígido desenho de segurança da cerimônia de posse contrasta com o estilo informal de Bolsonaro, que, mesmo após vencer a eleição, costumava sair de sua casa, no Rio, para sacar dinheiro em agências bancárias ou para tomar água de coco na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste carioca. A solenidade será marcada por fortes restrições ao público e à imprensa. O acesso de jornalistas às autoridades foi praticamente inviabilizado nas quatro etapas da posse --da Catedral de Brasília, onde Bolsonaro participará de um culto ecumênico, ao Itamaraty, onde haverá um coquetel de encerramento. São 140 convidados, incluindo 12 chefes de Estado. Nesse meio período, o presidente eleito desfil.



Semelhanças

É a primeira vez desde o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), empossado em 2003, que o vencedor do pleito receberá a faixa presidencial das mãos de um antecessor de outro partido. Na ocasião, o petista substituiu Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Desde então, não houve alternância entre partidos. Assim como em 2003, a posse presidencial em 1º de janeiro de 2019 inaugura um novo ciclo político, dessa vez à direita. A vitória de Lula em 2002 representou a ascensão de um projeto de esquerda que reivindicava ser o oposto do governo FHC no espectro ideológico. O tucano, cujo auge ocorreu na adoção do Plano Real, havia governado por oito anos (1995 a 2002).


No primeiro pronunciamento como presidente, Lula abriu o discurso com a palavra "mudança". "Mudança: esta é a palavra-chave, esta foi a grande mensagem da sociedade brasileira nas eleições de outubro. A esperança, finalmente, venceu o medo e a sociedade brasileira decidiu que estava na hora de trilhar novos caminhos." 


''Diante do esgotamento de um modelo que, em vez de gerar crescimento, produziu estagnação, desemprego e fome; diante do fracasso de uma cultura do individualismo, do egoísmo, da indiferença perante o próximo, da desintegração das famílias e das comunidades, diante das ameaças à soberania nacional, da precariedade avassaladora da segurança pública, do desrespeito aos mais velhos e do desalento dos mais jovens; diante do impasse econômico, social e moral do país, a sociedade brasileira escolheu mudar e começou, ela mesma, a promover a mudança necessária." Discurso de Lula no Congresso, em 2003


Tudo indica que, ao se dirigir aos brasileiros pela primeira vez, Bolsonaro buscará se colocar como a interrupção de um modelo que, na versão dos pesselistas, levou o país ao colapso. Ao construir uma imagem antissistema desde o período de campanha eleitoral, o capitão reformado acabou herdando o capital político antipetista --formado pela massa insatisfeita com a condução do país nos últimos 16 anos. A estratégia foi fundamental para o triunfo no pleito. Após a confirmação do resultado das urnas, o presidente eleito declarou que se empenharia para "quebrar paradigmas". 

"Nosso governo vai quebrar paradigmas: vamos confiar nas pessoas. Vamos desburocratizar, simplificar e permitir que o cidadão, o empreendedor, tenha mais liberdade para criar e construir e seu futuro", disse. "Vamos 'desamarrar' o Brasil."




Fonte: Uol   01.01.2019
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