Índice brasileiro de gravidez na adolescência é um dos mais altos do mundo







A menina que se encontra nessa fase da vida, marcada por mudanças físicas e mentais, não está suficientemente preparada para a gestação.

Apesar de toda a informação e as campanhas de conscientização, seja na TV, internet ou mesmos nas escolas públicas e privadas, o índice de adolescentes que engravidam na adolescência, entre os 12 aos 19 anos, no Brasil, ainda é bem grande. Os números se comparam a países onde é permitido o casamento infantil, tais como Sudão do Sul, Índia e Nigéria.

Segundo estudo divulgado em 2013, foi constatado que, no Brasil, 12% das adolescentes de 15 a 19 anos têm pelo menos um filho. Em 2000, foram 750.537 bebês nascidos por partos de adolescentes de 10 a 19 anos. Nesse mesmo ano, o Brasil estava em 54º lugar no ranking mundial do índice de fecundidade em meninas entre 15 e 19 anos. Outro dado alarmante é que cerca de 30% das meninas que engravidam na adolescência acabam tendo outro filho no primeiro ano pós-parto. Em recente pesquisa no Estado de São Paulo, devido as políticas públicas implementadas, o índice diminuiu em 34%, mas somente para este estado.

Valéria Ribeiro, coach familiar especializada desenvolvimento humano, destaca inúmeras consequências na saúde de uma gravidez na adolescência:


  • Anemia;
  • Maior índice de aborto natural;
  • Pressão alta durante a gravidez;
  • Dificuldade durante o parto por imaturidade da pelve;
  • Aumento no índice de rejeição ao bebê;
  • Aumento da possibilidade de depressão pós-parto;
  • Óbito da mãe e/ou do bebê.


Valéria conta que “a gravidez precoce também pode gerar conflito interior, pela insegurança financeira e as dificuldades em educar a criança, por isso, os adolescentes necessitam de cuidado, atenção e apoio dos pais. Entretanto, esse apoio da família nem sempre acontece, pois há pais que acabam, ainda nos dias de hoje, por expulsar suas filhas de casa, fato esse que acontece bem menos com meninos”, explica.

A gravidez na adolescência leva vários adolescentes a deixarem de estudar e assumirem um relacionamento sério devido a gestação. Há também os que optam por abortar e, em alguns casos, ocorre o abandono do bebê logo após o nascimento. Na atualidade, 90% dos bebês que nascem de gravidez na adolescência acabam sob o cuidado dos avós, que cuidam e assumem a responsabilidade que não é deles, pois, os pais adolescentes ainda querem curtir a vida e viver como se nada tivesse acontecido. “Nesses casos é preciso encontrar um equilíbrio entre as responsabilidades dos pais e a ajuda dos avós, pois é preciso que esses adolescentes se conscientizem do ato cometido, para que, assim, não voltem a incorrer no mesmo problema”, aconselha Valéria.

Muitas adolescentes quando se descobrem grávidas pensam em aborto e, muitas vezes, são incentivadas por seus parceiros que também são adolescentes. O aborto no Brasil é ilegal e põe em risco a vida da menina, pois esses procedimentos acontecem em lugares clandestinos. Nesses casos, é mais aconselhável deixar os bebês para adoção logo após o nascimento, assim poderão ter a oportunidade de terem um lar, bem como uma mãe e pai.

Cabe dizer, que essa não é uma decisão fácil e deve ser discutida entre os pais adolescentes e os avós do bebê que nascerá.

A gravidez na adolescência pode ocorrer por diversos fatores:


  • Atividade sexual precoce e inconsequente;
  • Violência sexual;
  • Dificuldade no diálogo familiar sobre o assunto;
  • Desconhecimento dos métodos para evitar a gravidez;
  • O apelo midiático quando o assunto é sexo.


“Há diversos métodos contraceptivos, mas é principalmente recomendada a utilização de camisinha em todas as relações sexuais, não somente para evitar a gravidez, mas também para não contrariem doenças venéreas”, alerta a especialista.

Porém, a melhor prevenção é que as jovens tenham uma boa educação sexual dentro do seio familiar. “É importante informar sobre os riscos e complicações da gravidez na adolescência e todas as mudanças que acontecem a partir do momento que engravida. O diálogo em família é essencial e deve haver uma conversa aberta e transparente para que as jovens tenham toda a informação ao seu alcance e possam ter atitudes responsáveis e não ter surpresas indesejadas”, finaliza Valéria.



Fonte: Filhosofia  10.03.2018
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