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Segundo especialistas do setor elétrico, valor superará 800 reais —
comprometendo o caixa das distribuidoras expostas ao mercado livre
O preço da energia elétrica de curto prazo deverá ultrapassar 800
reais por megawatt-hora na próxima semana, um recorde que penaliza o
caixa das distribuidoras de energia. Nesta semana, o valor está acima de
400 reais por megawatt-hora. Se a seca continuar comprometendo os
reservatórios e elevando os gastos com as termelétricas, o impacto desse
aumento poderá chegar ao bolso do consumidor por meio de reajuste
tarifário em 2015, segundo especialistas ouvidos pelo site de VEJA. Tal cotação de energia que vem subindo ao longo das últimas semanas
leva o nome de Preço de Liquidação de Diferenças (PLD). Trata-se do
indicador usado para negociações no mercado livre, onde atuam grandes
indústrias e distribuidoras de energia — não o consumidor comum, cujo
fornecimento de luz é gerido no mercado regulado pelo governo.
O problema é que, como muitas distribuidoras precisam comprar
periodicamente no mercado à vista, a alta poderá ter um impacto indireto
na conta paga pela população — aquela mesma que o governo afirmou ter
reduzido no final de 2012. No ano passado, durante os leilões de reajuste de preço de energia
promovidos pela Empresa de Planejamento Energético (EPE), muitas
distribuidoras não conseguiram comprar a quantidade necessária para
suprir suas necessidades. Segundo Walter Froes, da CMU Energia, o preço fixado pela EPE para o
megawatt-hora era inferior ao praticado no mercado de curto prazo (163
reais contra 263 reais). Assim, muitos ofertantes de energia não
quiseram vender ao preço mais baixo. Com isso, muitas distribuidoras não
conseguiram comprar quantidade suficiente para abastecer sua demanda.
Ficaram, assim, à mercê do mercado à vista — naturalmente mais caro.
"Houve uma exposição involuntária das distribuidoras", afirma Froes. Com isso, caso não haja uma queda brusca no preço do megawatt-hora
no mercado à vista ao longo de 2014 e não ocorram chuvas torrenciais nos
lugares desejados para repor o nível dos reservatórios, a subida de
preços absorvida pelas distribuidoras atualmente poderá ser repassada ao
consumidor em forma de reajuste tarifário. Caberá ao governo aceitar o
reajuste ou compensar as distribuidoras por meio dos recursos do Tesouro
— que já turbinou a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em mais
de 9,6 bilhões de reais em 2013. "Não tem almoço grátis. Se a situação
não se reverter, paga o consumidor ou o contribuinte. Uma hora a conta
virá", afirma. De acordo com a agência Reuters, se o PLD permanecer elevado nas
próximas semanas, as distribuidoras podem ter um impacto no caixa entre 1
bilhão e 1,5 bilhão de reais por mês. Fonte: cenariomt
01-02-1024
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