Possibilidade está sendo discutida, sobretudo para regiões das periferias das grandes cidades
O governo federal estuda a possibilidade
de atrair médicos estrangeiros para o trabalho na área de atenção
básica à saúde, principalmente nas periferias das grandes cidades e nos
municípios do interior. O assunto foi discutido nesta semana pelo
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, com integrantes do Ministério da
Educação (MEC) e reitores de universidades. “Nós continuamos recebendo uma demanda
muito forte dos novos prefeitos e dos governadores em relação a atrair
médicos que se formaram em outros países, sobretudo Portugal e Espanha,
para atuar na atenção básica no país. Estamos analisando essa
proposta, que é complexa, e precisamos analisar o formato", explicou
Padilha. O ministro participou ontem (2) da cerimônia de recepção aos
204 médicos recém-formados que vão atuar no estado do Rio por meio do
Programa de Valorização do Profissional a Atenção Básica (Provab). Segundo Padilha, uma possível vinda de
médicos estrangeiros não significa que haverá revalidação automática do
diploma, que continuará passando pelos trâmites necessários. “O médico
que se formou em outro país e queira atuar no mercado de trabalho
livre tem que continuar passando pela principal forma de validação do
diploma, que é o Revalida. Mas estamos discutindo isso com as
universidades." O Provab vai permitir a atuação de 4.392
médicos nos serviços de atenção básica de saúde em 1.407 municípios.
Durante um ano, os profissionais vão fazer pós-graduação em Saúde da
Família, recebendo bolsa mensal do governo federal no valor de R$ 8
mil. Eles serão orientados por instituições de ensino superior,
acompanhados pelos gestores locais, e as aulas teóricas serão
ministradas pela Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde. O Nordeste absorverá a maior parte dos
médicos, com 2.494 profissionais para trabalhar em 696 municípios, já
no Sudeste serão 1.018 em 357 cidades. O Sul terá 370 profissionais em
169 localidades. Para o Centro-Oeste irão 269 para 101 municípios e o
Norte contará com 241 profissionais, que atuarão em 84 regiões. Segundo o ministro, o bom momento do
país está levando a uma grande demanda por profissionais de medicina.
“Temos um mercado muito aquecido para o profissional médico. O Brasil
formou 13.600 médicos em 2011, quando foram abertos, com registro
formal com carteira assinada, de primeiro emprego, 19 mil [vagas para]
médicos. Ou seja, o médico quando se forma já tem como oferta pelo
menos um emprego e meio, sem contar a oferta de plantão.” O desafio do
governo federal é justamente levar esses médicos para o interior do
país e para as periferias das grandes cidades. Padilha ressaltou que o orçamento do
Ministério da Saúde para 2013 cresceu e existe verba suficiente para
equipar unidades de saúde nos municípios, mas que o repasse de recursos
muitas vezes esbarra na falta de projetos adequados enviados pelos
novos prefeitos. “Se o prefeito quiser reformar todas as
unidades básicas nos bairros de seu município, ele tem recurso do
ministério para isso. Hoje estamos reformando ou ampliando 20 mil
unidades básicas de Saúde no país e vamos construir outras 5 mil. O
problema, sobretudo nos pequenos municípios, era não ter projeto. O
ministério resolveu contratar um projeto e colocou à disposição desses
municípios.” Fonte: tribunahoje
04-03-2013
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